As Olimpíadas e o mercado de trabalho – Lições para aprender II

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E vamos continuar falando de Olimpíadas, já que esse assunto é tão envolvente e atual.

Após o adiamento em decorrência da pandemia, chegar ao Japão exigiu muito preparo e equilíbrio por parte dos esportistas e equipes. E com isso algumas lições ficam de exemplo, inclusive para o mundo corporativo.

A especialista em gestão e liderança Luciane Botto que enfatiza a importância de aprender com a experiência do outro, destaca sete exemplos ocorridos na Olimpíadas que podem ser transferidos para o mundo corporativo:

  1. Preparo – Assim como nas Olimpíadas, o mundo corporativo também necessita de preparo para desenvolver suas atividades, produtos e serviços.  É preciso, como um time, estar preparado para as demandas. Não há como esperar resultados melhores sem o compromisso de melhoria e atualização constante. Cursos, leituras, experiências nos fazem sentir mais preparados e confiantes.
  2. Autoconhecimento – Conhecer o seu limite, não depender da aprovação do outro para tomar decisões, saber ‘dizer não’ e superar o ‘medo de errar’ são alguns dos maiores desafios que as pessoas enfrentam na vida e na carreira. Simone Biles, a tão esperada rainha da ginástica olímpica dos últimos anos trouxe uma lição ao mundo ao desistir da final de Tóquio e revelar que o seu maior desafio, no momento, é a saúde mental. Será que precisamos ser tão duros com a gente mesmo? Como seria equilibrar melhor as prioridades, operando de modo saudável? Ter conhecimento sobre os limites e sobre a própria maneira de como desempenhar o trabalho foi algo fundamental durante a pandemia, na adaptação ao trabalho remoto: foi necessário um profundo processo de autoconhecimento entre líderes e funcionários para estabelecer uma rotina de trabalho saudável.
  3. Resiliência – Nada mais evidente que a própria pandemia para ressignificar o trabalho. Nas Olimpíadas, o conceito de resiliência é fundamental para ultrapassar as dificuldades e evoluir. Ter a capacidade de extrair as lições de experiências, ter orgulho da sua história de virar a página e seguir em frente.
  4. Empatia e apoio – Fundamental nas Olimpíadas, no trabalho e na vida: a empatia e o apoio são os pilares que mantém os colaboradores e líderes em seus cargos com plena eficiência. É preciso compreender o que o outro está sentindo e ter sensibilidade para observar quando a produtividade cai, quando se está no limite e ter condições de oferecer apoio e liberdade para o outro se expressar com autenticidade. O que os times esperam dos líderes em momentos críticos, de tensão ou pressão? Sem dúvida, eles desejam direção, apoio, reconhecimento, escuta e compreensão verdadeira.
  5. Cuidados com a saúde física, mental e emocional – Sem saúde e equilíbrio não há performance que se sustente. Momentos de pausa, meditação, diversão, interação e atividade física nos ajudam a ter mais foco e prazer no que realizamos. A disputa acontece todos os dias e o mais importante é se manter em movimento, na velocidade que for possível – não a qualquer custo. Nas Olimpíadas, isso ficou ainda mais evidente: a saída da favorita Simone Biles marcou a história dos jogos para refletir sobre a importância da saúde mental. Em entrevista, a ginasta ainda destacou: “Temos que proteger nossas mentes e nossos corpos e não apenas sair e fazer o que o mundo quer que façamos. Não somos apenas atletas, somos pessoas e às vezes é preciso dar um passo atrás”.
  6. Mantenha a humildade para ganhar e perder – Um ambiente de trabalho pode ter níveis de competições bastante semelhantes aos enfrentados nas Olimpíadas. No fim, um lugar no qual um tenta passar por cima do outro deixa toda a cadeia de produção prejudicada. E para seguir em frente de forma saudável, é preciso ir além da rivalidade. Nem sempre temos as melhores ideias, soluções ou respostas para o que estamos vivendo. Nem sempre estaremos no topo. É preciso aprender com as vitórias e derrotas. Numa competição, um lado ganha e outro perde. E é claro que ninguém deseja perder.
  7. Desafie suas métricas ou “verdades absolutas” – Já dizia Lavoisier: “Na natureza, nada se cria, tudo se transforma”. Ou seja, uma ideia que talvez funcionasse de um jeito pode sofrer alterações e mudanças no meio do caminho. Assim, é preciso rever as métricas e ter a mente aberta: os padrões de sucesso mudam e a conquista das medalhas nas Olimpíadas está aí de prova. Será mesmo que o comando e controle e a pressão trazem os melhores resultados? Ou o ato de mesclar talento, paixão, leveza e diversão são capazes de nos fazer ir além?

Nota-se então, destaca Botto, que há mais em comum entre as Olimpíadas e o mundo corporativo do que se pensa. Afinal, atletas ou não, todos precisamos do ofício e buscamos pelo pódio. A diferença está na maneira como isso acontece!

No fim, com vitória ou derrota, percebemos que o importante vai muito além da medalha: saber quem realmente você é, com quem você pode contar, celebrar ou chorar.

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