Quando a rotina nos limita

Vaquinha no precipício

Gente! Deixa eu antes contar, porque esse texto é muito diferente do que a gente está acostumado.

Começa que quando a minha mãe morava comigo, eu costumava comprar uns livrinhos para ela ler com frases, parábolas e coisas assim. As vezes ela estava bem devagar e eu mesma lia para ela.

Um dia eu li  a parábola da vaquinha no precipício e gostei muito.

Numa ocasião, depois disso, eu precisei demitir um funcionário que eu gostava muito e sabia que ele tinha grande potencial, mas infelizmente a hierarquia falou mais forte e eu fui forçada e demiti-lo. Ele se sentiu arrasado, a empresa tinha sido o primeiro e único emprego dele e ele, por ser tratado com pouca empatia por muitos, tinha medo de tentar outro emprego.

Então eu me lembrei daquela parábola, digitei e imprimi para ele.

Ele adorou e contou para varias pessoas que depois me pediram cópia.

Ontem, eu estava rascunhando matéria sobre desligamento de emprego, e de repente me lembrei desse assunto.

Fui procurar na internet se eu achava essa parábola e descobri que ela é muito utilizada em várias consultorias de RH.

Achei incrível, porque quando eu utilizei em RH, ela era para mim apenas do livrinho da minha mãe.

PARÁBOLA DA VAQUINHA – EMPURRE SUA VAQUINHA NO PRECIPÍCIO

Um sábio passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita.
Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.
Chegando ao sítio constatou a pobreza do lugar. A casa era de madeira. Faltava calçamento e os moradores, um casal e três filhos, trajavam roupas rasgadas e sujas.

Ele se aproximou do pai daquela família e perguntou:
– Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Então, como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?
O senhor calmamente respondeu:
– Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e com a outra parte nós produzimos queijo, coalhada e outros produtos para nosso consumo. Assim, vamos sobrevivendo.
O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por alguns momentos, despediu-se e partiu. No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou:
– Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e a empurre, jogando-a lá embaixo.
O jovem arregalou os olhos espantando e questionou o mestre sobre o fato de a vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família. Mas, como percebeu o silêncio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem. Assim, empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer.
Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos e um belo dia ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar naquele mesmo lugar e contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los.
Assim fez e quando se aproximava do local avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado imaginando que aquela pobre família tivera que vender o sítio para sobreviver.
Chegando ao local, foi recebido por um caseiro muito simpático e perguntou sobre a família que ali morava havia uns quatro anos, ao que o caseiro respondeu:
– Continuam morando aqui.
Espantado, ao encontrar os familiares, viu que se tratava das mesmas pessoas que visitara com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao dono:
– Como o senhor melhorou este sítio e está tão bem de vida?
E o senhor, entusiasmado, respondeu-lhe:
– Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daquele dia em diante tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. E foi assim, buscando novas soluções, que hoje estamos muito melhor que antes.

Muitas vezes temos que nos desvencilhar do que estamos habituados para podermos conhecer nossas verdadeiras habilidades. A zona de conforto e a rotina destroem a nossa criatividade. Cada dia, é uma oportunidade de refletirmos sobre a “nossa” vaquinha empurrá-la morro abaixo…

Não é necessário esperar que um “mestre” chegue para jogar a “vaquinha” que nos limita em um precipício. Podemos, sempre, olhar para além dos nossos confortos e nos conscientizarmos do potencial que temos. Não somos limitados: nós mesmos colocamos obstáculos na nossa vida.

Só para concluir, depois de ser demitido da empresa, onde aquele funcionário estava há anos como assistente, ele conseguiu uma ótima oportunidade de trabalho onde se desenvolveu, cresceu e depois de formado teve muito sucesso.

Tempos depois, reencontrando com ele, me lembrou que tudo tinha  melhorado, graças a vaquinha dele que cai no precipício.

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